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A BANALIZAÇÃO DO “MELHOR”

Quando eu era jovem tomei conhecimento do método VER-JULGAR-AGIR. Até havia um livro que alguém me presenteou e, hoje, não sei onde foi parar. Aliás, também não sei onde foi parar essa atitude...

Naquele tempo foi muito relacionado aos movimentos religiosos, mas eu não vejo porque limitá-lo dessa forma. Afinal, não deveria ser assim com todas as coisas que vemos, ouvimos e lemos?

Então, ao que parece, não é o método que está esquecido... é essa prática que, a meu ver, está estreitamente ligada ao bom-senso. Ah, me esqueci. O bom-senso também está meio fora de moda. No entanto, agora, mais do que nunca, deveríamos VER e JULGAR, antes de AGIR.

Lembro-me que numa disciplina de Comunicação, analisamos um texto que revelava o comportamento (atual naquela época) das pessoas atingidas pela Mídia. Uma frase saltava aos olhos: “se foi divulgado na TV, deve ser verdade!”. Se isso me assustava antes, agora me apavora.

Eu não gosto de bloquear as mensagens, justamente, para sentir como está a Comunicação, o Marketing de forma geral. Por isso, diariamente (toda hora...) leio postagens de aceleradores, mentores, coaches, influenciadores etc. e coisa e tal. Uma sequência de “os melhores do Brasil” e que irão resolver em um curso de imersão de três dias, todos os problemas empresariais, incluindo um aumento significativo nas vendas e lucros.

Mas, em lugar de criticar quem está “se vendendo”, fico a pensar em quem está comprando... Qual é o critério que alguns empresários usam para (vendo, julgando e agindo) pagar um valor expressivo para aprender em tão pouco tempo a consertar a rotina diária. Sim, porque, após a tal imersão, a vida segue. E, dia após dia, os clientes estarão cobrando uma excelência dinâmica, os colaboradores estarão cobrando melhorias nos sistemas e, é claro, uma evolução profissional que desestimule a mudança de emprego.

Pela minha ótica, alguns empresários se recusam a investir em programas contínuos de capacitação, mudanças contínuas nas rotinas de relacionamento com clientes e colaboradores... Acham que “o melhor do Brasil” vai solucionar, feito analgésico, a dor dos players do mercado.

Veja bem (veja, julgue e aja): não estou dizendo que não é válido este choque de cultura organizacional. Mas, é preciso mais do que isso. A empresa merece mais do que isso. Merece, um olhar contínuo nos relacionamentos entre todos os envolvidos, de forma “homeopática”. Senão, o efeito do investimento e do esforço durará pouco mais do que três dias.

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