Pular para o conteúdo principal

REFLEXÕES INEVITÁVEIS DE ANO NOVO


Eu sou aposentado. Não... eu estou aposentado!  E cada vez que faço essa afirmação, sinto um incômodo na alma. Nunca, realmente, pensei em parar de trabalhar. Mesmo porque, a idade não limita as minhas atividades. 

Então, ano após ano, renovo meus projetos com a mesma ousadia (e um pouco de irresponsabilidade) dos meus 17 anos. Essa foi a idade em que comuniquei aos meus pais que sairia de casa para viver na Capital. Já tinha emprego acertado e lugar para morar. Desde então, minha vida é uma montanha russa e nunca um carrossel. E quando chega ao final... eu compro outro ingresso e subo de novo. 

Acostumei-me a ser procurado pelas pessoas para ouvir e opinar. Acho que tenho algum imã...  E a idade passou a me trazer pessoas mais jovens. Trabalhar na docência potencializou meu prazer de ensinar e, num dado momento, eu não sabia mais se estava ministrando aula ou fazendo consultoria e vice-versa. O que sei é que até hoje, converso (graças a tecnologia) com muitos ex-alunos que se tornaram profissionais. É um prazer incomensurável sentir que minhas opiniões ainda lhes são úteis. Sinto muitas saudades da sala de aula e só parei porque senti um engessamento dos sistemas educacionais. Gostava de passar para os alunos o que eles precisavam para a vida e não apenas o que a ementa mandava. Senti que o choque seria inevitável e parei.

Hoje, como Coach e Educador Corporativo, tento oferecer aos prospects a experiência de 50 anos de vida profissional: pintor de placas, aprendiz de mecânico, vendedor de carros, funcionário público, pintor de placas, conferente de armazém frigorificado, fiscal de construção de estrada, arte-finalista, assistente de propaganda, gerente de vendas, gerente de filial, gerente de marketing, professor universitário...

Cada uma das funções, cada um dos lugares em que trabalhei me trouxeram até aqui. E meu desejo é compartilhar tudo o que aprendi com quem quiser me ouvir. Mas, sem esquecer que continuo vivendo “a beleza de ser um eterno aprendiz”... Que venha 2024!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A IRONIA DA CRIAÇÃO

  A IRONIA DA CRIAÇÃO 2022 novembro 15 Eu até tento... Mas, para quem começou a fazer Marketing sem computador, criando planilhas sem Excel, fica difícil ler (ou não) tantas neo verdades. Acho fantástico que possamos expressar nossas opiniões e, sobretudo, ter onde publicá-las, democraticamente. Mas, sinto um excesso de proprietários da verdade, renomeando velhos princípios da mercadologia. O consumidor continua sendo o motivo da criação de novos produtos, a verdade continua sendo a única forma de conquistar a fidelidade de clientes, o preço continua sendo relativo diante do valor e os meios de comunicação continuam sendo fundamentais para alcançar os sentidos dos prospects e criar uma imagem de mercado. Mesmo assim, tenho acompanhado um se número de novos tipos de marketing, novas formas de criar e, na contramão do “saia da caixa”, os criadores estão se canvando. Ai de nós, se não estivermos dentro dos moldes das plataformas e templates contemporâneos. Marketing é Marketing. E o s
  A BANALIZAÇÃO DO “MELHOR” Quando eu era jovem tomei conhecimento do método VER-JULGAR-AGIR. Até havia um livro que alguém me presenteou e, hoje, não sei onde foi parar. Aliás, também não sei onde foi parar essa atitude... Naquele tempo foi muito relacionado aos movimentos religiosos, mas eu não vejo porque limitá-lo dessa forma. Afinal, não deveria ser assim com todas as coisas que vemos, ouvimos e lemos? Então, ao que parece, não é o método que está esquecido... é essa prática que, a meu ver, está estreitamente ligada ao bom-senso. Ah, me esqueci. O bom-senso também está meio fora de moda. No entanto, agora, mais do que nunca, deveríamos VER e JULGAR, antes de AGIR. Lembro-me que numa disciplina de Comunicação, analisamos um texto que revelava o comportamento (atual naquela época) das pessoas atingidas pela Mídia. Uma frase saltava aos olhos: “se foi divulgado na TV, deve ser verdade!”. Se isso me assustava antes, agora me apavora. Eu não gosto de bloquear as mensagens, ju
  MEUS FILHOS   Meus filhos não são mais c rianças. Ah... como eu gostaria que ainda fossem. Lembro-me do primeiro olhar que, iludido, pensei que era para mim, me reconhecendo como pai. Lembro-me dos primeiros passos que não foram passos... Lembro-me também das quedas, do choro de dor de ouvido, daquela cólica impossível de adivinhar... Mas, lembro-me, acima de tudo da cumplicidade, da confiança que tínhamos um no outro. As perguntas curiosas sobre as coisas e, mais tarde, as perguntas curiosas sobre a vida... Costumamos dizer que não queremos que os filhos cresçam. Pode ser verdade. Porque, apesar do desejo de vê-los adultos, independentes, decidindo a própria vida, temos medo de vê-los adultos, independentes, decidindo a própria vida. Provavelmente, seja um medo infantil, resquício daquele tempo em que também fomos crianças e não queríamos perder as pessoas que nos rodeavam. O fato é que, como pai, sinto a falta daqueles tempos de educação, quando pensávamos que sabía